Começamos a namorar no dia 9 de Março de 1997, ficamos noivos em Abril de 1999 e nos casamos no dia 1º de Maio de 2004. Após 3 meses de inteira felicidade em nosso casamento, comecei a passar mal exatamente no dia 14 de Agosto de 2004. Para minha grande decepção, fui para o hospital praticamente desmaiada no dia 17 de Agosto e lá foi constatado uma gravidez tubária "rota" (quando a trompa se rompe). Tive que fazer uma cesariana às pressas pois eu tinha menos de 12 horas de vida já que o feto já estava morto há 3 dias dentro de minha trompa. Seis meses se passaram e de repente fui surpreendida por enjôos e muito sono. Desconfiada, então, fiz um exame de farmácia no qual seu resultado foi POSITIVO. Minha casa, minha vida, meu casamento renovaram-se, pois dentro de mim havia uma fusão entre mim e meu marido. De repente o desespero voltou e, após 9 dias de gestação, tive um aborto espontâneo. Mais 4 anos se passaram e voltaram os enjôos, o sono, a preguiça, a fome, os seios inchados e uma emoção extravagante. Quando dei por mim, estava num laboratório fazendo o exame de BHCG exatamente no dia 19 de Junho de 2009. Neste dia derramei todas as lágrimas possíveis. As horas não passavam. Os segundos eram anos. Até que, então, no relógio deu 19:00 hr. Meus esposo ligou para o laboratório e, de repente, ficou pálido pois havia recebido a notícia de um "POSITIVÃO".
Não sei que destino é esse. Não sonhava o que me esperava, mas no dia 25 de Junho, mais uma vez descobri uma outra TUBÁRIA. Meu mundo desabou. Entreguei-me ao desespero e a partir dali, sem imaginar os planos de Deus, vi que eu não poderia mais ser mãe. Mas o que é ser mãe ??? Gerar? Um útero? Ou alguém de verdade para amar ? Pois, para mim, ser mãe é se entregar a um ser e ter um amor jamais entregue verdadeiramente a alguém.
A única diferença entre uma gravidez e uma adoção, é o útero. Mas este pode ser facilmente substituído por um CORAÇÃO.